JOGOS

PET HISTÓRIA UFF

Produção:Bia Carvalho
Caio Manzoli
Eduarda Monteiro
Erick Moraes
Frederico Schornbaum
Gabriel Pequeno
Luisa Mansur
Paulo Cesar Nascimento
Pedro Reis

A Revolução Haitiana

Da Escravidão à Liberdade

** Bem - vindo a São Domingos antes de ser o Haiti **

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A ilha de São Domingos é a possessão mais preciosa da França no Caribe, sendo responsável por metade das exportações de açúcar no mercado mundial no final do séc. XVIII. Entretanto, a riqueza da ilha só foi possível devido a escravidão, e seus métodos brutais para tirar o máximo de trabalho possível dos escravizados e o máximo de fertilidade da terra.

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Jean Mackandal tinha apenas 19 anos quando foi levado à força de Saint-Louis, Senegal, para a colônia francesa de Saint-Domingue. A bordo do Trindade enfrentou os meses mais difíceis de sua vida. Viu dezenas morrerem ao seu lado de desnutrição e sentiu medo diante de um surto de varíola. Dos 385 escravizados que embarcaram com ele, 213 chegaram ao outro lado do Atlântico vivos. Já se passaram 2 anos desde sua chegada à ilha.

Tudo está escuro. Acordar preso a correntes, ao lado de muitas outras pessoas, em meio a fezes e urina, sentindo o balanço do mar, cheio de incertezas te deixa apavorado. Você não sabe para onde está indo, mas sabe que será um lugar de sofrimento. Você está há tanto tempo ali preso que não faz nem ideia do quanto já se passou. Até que o navio atraca, chega o momento de finalmente sair. Onde você está? O que será que vai acontecer?

Você está em São Domingos , uma colônia francesa e foi levado do Senegal para ser escravizado em um engenho de açúcar. O proprietário se chama Jean Poidras e você foi designado para trabalhar na colheita da cana-de-açúcar, sabe-se lá quantas horas por dia. Caso não o faça, sofrerá terríveis consequências.Você não consegue acreditar que este tipo de coisa estaria acontecendo, a angústia, tristeza, raiva e o ódio se juntam dentro de você. Em um dado momento, você observa Jean Poidras na propriedade e a fúria começa a ficar cada vez mais forte. Como um homem pode ter tantos escravizados? Torturar tantas vidas? Você está prestes a fazer algo que pode se arrepender, mas será que consegue se segurar?
E aí? O que decide:

Atacar Jean.
Não atacá-lo.

Infelizmente você foi pego antes mesmo de conseguir atacá-lo. Você foi preso, torturado, chicoteado e por um momento, chegou a ter esperanças de que iria morrer, acabando assim de vez com a dor. No entanto, isso não aconteceu e logo você foi levado novamente para a tortura que era trabalhar em um engenho.

Boa escolha. Por mais que seja difícil se manter calmo em meio a tantas injustiças, provavelmente isso seria pior para você, sofrendo ainda mais.

A vida de um escravizado, apenas por estar nessa condição, já é extremamente difícil. A vida de um escravizado no Haiti consegue ser pior ainda. Trabalhar em um engenho de açúcar onde as condições são extremamente precárias. Além do dia-a-dia exaustivo, recorrentes torturas, horas de trabalho infinitas e comida escassa.“Não aguento mais essa tortura. Fico cada vez com mais raiva de ver o que estão fazendo com meu povo. Preciso sair daqui, mas ao mesmo tempo tenho receio do que pode acontecer caso me achem."

Já era noite e você estava tomado por uma forte inquietação. Toda a tortura presenciada tinha despertado um sentimento de angústia e revolta sobre os males de viver como escravizado. Chegou a conclusão de que se ali permanecesse também não sobreviveria.Você pensa no quanto uma fuga poderia ser arriscada, já que viu muitos companheiros serem pegos, castigados e até mortos durante tentativas mal sucedidas de deixar a plantação.

Vou esquecer essas ideias e tentar dormir, já que tenho poucas horas para descansar até retomar o trabalho no canavial.==Preciso acordar meu amigo para falar sobre isso. ==

Você fica irritado e volta a dormir.

Você fica bastante empolgado com a ideia. “Com certeza quero me juntar aos outros.”

NO DIA SEGUINTE

Na plantação, você percebe uma movimentação estranha, entre os seus companheiros, que lhe chama atenção.Um outro amigo chamado Asefi diz que ele soube que estão combinando uma reunião secreta durante a noite no pântano de crocodilos, que fica perto do engenho do senhor Poidras. Os famosos quilombolas Cécile Fatiman e Dutty Boukman estavam por trás da organização. Ele pergunta se você aceita ir nessa reunião.

== "Não acho seguro.”=="Vamos fazer isso."

Um dos homens de confiança do Senhor Poidras percebe a conversa entre você e seu colega e os dois são levados para serem castigados, pois deveriam estar trabalhando.

Na plantação, você percebe uma movimentação estranha, entre os seus companheiros, que lhe chama atenção.Um outro amigo chamado Asefi diz que ele soube que estão combinando uma reunião secreta durante a noite no pântano de crocodilos, que fica perto do engenho do senhor Poidras. Os famosos quilombolas Cécile Fatiman e Dutty Boukman estavam por trás da organização. Ele pergunta se você aceita ir nessa reunião.

== "Não acho seguro.”=="Vamos fazer isso."

Chegou a hora da reunião secreta, pelos meus cálculos, era dia 14 de agosto, já era noite e tomamos cuidado para não fazermos barulho ao sair da senzala. Fomos para a mata em direção ao pântano. Ele estava cheio de crocodilos.

== Você e seu grupo sabem lidar com crocodilos e conseguem dominar o animal para chegar na colina.
==

Ao chegar na colina, vimos que tinham vários escravizados e quilombolas reunidos. No topo dela estão Cécile Fatiman e Dutty Boukman. Eles dois começam a falar, ambos eram líderes Vodu, Cécile era uma mambo e Dutty um houngan, todos os respeitavam. Eles dizem que a situação da escravidão não era mais tolerável e que os grand blancs e os franceses estavam disputando o poder, seria o momento perfeito para atacarmos.

==Você pergunta- Mas, como nós vamos atacá-los se eles têm armas e nós não? ==

Dutty e outros hougans começam a tocar tambores, Cécile profere dizeres para invocar os loas Ezili e Ogum, o que era apenas uma reunião, se tornou uma cerimônia vodu. Nós começamos a dançar e aplaudir,Cécile Fatiman grita: “Temos que abandonar a cultura que os brancos nos impõe, vamos nos lembrar do que é nosso, assim que iremos derrotá-los. Seremos guiados pelo nosso líder, o grande guerreiro quilombola Dutty Boukman!”Boukman é coroado líder do movimento e ele diz que já temos uma data para começar a rebelião, dali a 7 dias, ou seja, no dia 21 de agosto. Para isso, teríamos que nos separar, alguns voltariam para senzala e uma pequena parte iria para o quilombo com Dutty, para não chamar atenção dos senhores. Mas, todos nós, no dia 21, iremos atacar os senhores de engenho e as plantações. Dutty Boukman te chama para fugir para o quilombo com ele, seus amigos voltariam para a propriedade do senhor Jean Poidras para não levantar suspeitas.

==Você aceita a missão, pois quer se preparar para a rebelião com Dutty Boukman. ==

Depois da reunião de Bois Caiman, você permaneceu com Boukman, para realizar os planos para a revolta nas serras de Saint Domingue.

O terreno acidentado e a mata fechada forneciam proteção contra os senhores e as forças policiais, a região servia como uma excelente base de operações.

Durante o seu tempo de cativeiro você conheceu africanos de diversas partes do continente, mas no quilombo as diferenças eram transformadas e todos se uniam pela mesma causa. Chegando no quilombo, você conheceu escravos que vinham do Calabar, Cabinda, Loango e até da distante ilha de Goree. E com todas essas diferenças presentes havia um única objetivo: a luta pelo fim da escravidão.

Eram discutidas diariamente estratégias para a conquista da liberdade, as emoções eram tão altas quanto os riscos. Na noite seguinte, todos reuniam-se em volta da fogueira, e discutiam depois de realizar um ritual em nome dos Loas para saber se quando a revolta começasse haveria misericórdia ou não para com a vida dos senhores.

Você defende que os senhores devem ser punidos com o mesmo tipo de dor que eles causaram.Você defende que os senhores devem ser punidos, mas que não devemos usar da mesma violência a qual fomos vítimas.

Sua escolha faz com que a balança fique em favor da vingança, a maioria concorda que a violência que será feita contra os senhores é o castigo definitivo que os espera.

Sua escolha faz com que a balança fique em favor de poupar a vida dos senhores, as terras dos senhores serão destituídas e divididas entre as famílias, e o senhor e sua família serão expulsos da propriedade.

As notícias da revolta começam a chegar no quilombo. Dezenas de fazendas invadidas. Canaviais queimados. Senhores mortos. Cada vez mais escravos eram libertos e aderiam à revolta. Depois de tanta discussão era chegada a hora de agir. Foi decidido que desceremos a montanha para tomar a fazenda mais próxima assim que anoitecesse.Você esta tenso, mas o ódio que sentia por todos aqueles anos de opressão o alimentava.

Enquanto desciam a encosta os últimos raios de sol iam sumindo no horizonte. Sentia um frio na barriga pelo tamanho da responsabilidade. Os libertos invadiram a plantação e rapidamente separaram-se em grupos, uns ateavam fogo no canavial, outros invadiam a senzala e partiam as correntes com facões, e por fim seu grupo que marchava em direção a casa grande, e estavam prestes a arrombar a porta.

Quando chegaram na Casa Grande a luz do incêndio já ajudava a iluminar. Do lado de fora alguns feitores eram executados. No salão principal o senhor estava amarrado, enquanto os companheiros de revolta empunhavam facões. Uma pequena multidão entre quilombolas e os escravizados da fazenda, recém libertos entoavam cânticos. Muitos discursavam sobre os açoites e torturas que sofreram, mostrando as marcas das chibatadas e dos ferros quentes em suas peles.

Aderir a comemoração e assistir a execução do senhor de escravos.Intervir e tentar salvar a vida.

O senhor de escravos estava no chão implorando pela sua vida com lágrimas nos olhos e soluçando, com o rosto sujo de sangue, terra e cinzas. Asefi com um facão na degolou o senhor, o cair do corpo do chão fez com que uma série de gritos comemorativos começassem.